Ooooopa!!!! No post de hoje estou trazendo algumas dicas para professores abordarem e lidarem com um(a) aluno(a) com Síndrome de Irlen (S.I.), nas atividades de estudo. Tive essa ideia após dar uma navegada pela internet e ver inúmeras dicas de "como lidar com pessoas com deficiências diversas". Senti falta de um "manual" explicativo sobre como lidar com quem tem a S.I. !!!
NOTA: Estou elaborando essas dicas tendo como foco os professores UNIVERSITÁRIOS, que lidam com estudantes jovens e adultos - pois esse é o tipo de ambiente com o qual tenho mais familiaridade (e que, portanto, sei falar sobre ele, rerrerré!!!) . Caso você seja professor(a) de ensino médio ou fundamental, e sinta-se inspirado em adaptar alguma(s) dica(s) aqui contida(s) para o contexto da escola, de acordo com a idade, maturidade e série de seu aluno, fique à vontade! :-)
Embora este post seja destinado a professores universitários, vou utilizar aqui uma linguagem leve e descontraída (como, aliás, é o costumeiro neste blog). A intenção é deixar a leitura menos cansativa, menos tediosa, e mais agradável... certo? Afinal, vocês, professores de faculdades e universidades, já devem passar boooooa parte do dia de vocês lendo longos e "densos" textos acadêmicos, não é verdade? ;-) Segue-se o tutorial, então, que elaborei!
PRIMEIRA DICA:
Não confunda pessoa portadora de Síndrome de Irlen (um tipo de distúrbio oftalmológico) com pessoa "com baixa visão"!!!!!
A não ser que a pessoa tenha a S.I. em comorbidade com miopia/hipermetropia/astigmatismo altos, ou em comorbidade com outras doenças oculares que causam visão subnormal (glaucoma, retinose pigmentar, catarata congênita, etc.), a pessoa com S.I. é alguém que, aparentemente, ENXERGA AS LETRINHAS NUM TESTE TRADICIONAL DE VISÃO TÃO BEM QUANTO VOCÊ! O que ocorre com quem tem S.I. é que, embora a quantidade de visão possa ser normal, a QUALIDADE é ruim ou péssima - já que o princípio básico desse distúrbio oftalmológico é a hipersensibilidade ocular excessiva à luz, que proporciona sensação de que as letras parecem "mexer ou dançar" num texto a ser lido, dificuldades de percepção de movimento.
SEGUNDA DICA:
Se, nas primeiras aulas, você notar algo de "diferente" em seu aluno, não se acanhe e aproxime dele!!!
É bem provável que você não vá adivinhar ou detectar, de imediato, que um aluno tenha Síndrome de Irlen. Mas se, no início do ano ou semestre letivo, você notar algum aluno sentindo-se incomodado com a iluminação em sala de aula ou com as luzes vindas de lousas digitais, projetores de slides e similares, é bem provável que a fotofobia excessiva possa estar o atrapalhando no processo de ensino-aprendizagem. Além disso, tem aluno que, para aliviar o incômodo descrito acima, usa óculos escuros mesmo em ambientes fechados, como a sala de aula, por exemplo. Isto porque nem sempre eles possuem os óculos com filtros espectrais que contornam o problema... ou até tem os óculos, mas que, por motivos diversos, mostram-se "fracos" em diversas situações e atividades.
Não fique acanhado, caro professor: encontre um momento adequado e o aborde... pode ser que o aluno esteja, sim, precisando de sua ajuda, mas esteja "sem jeito" de falar com você!!! (Lembre-se de que, para um estudante com deficiência, todo início de semestre ou ano costuma ser bastante desgastante psicologicamente... gente nova, colegas novos,professores novos... ele pode estar se sentindo tímido e desconfortável ao ter de, sozinho, ter de ser sempre o protagonista em tomar a iniciativa de se explicar para os professores!!! Se você abordar o aluno com "jeitinho", ele sem dúvida sentirá agradecido... para ele, é sinal de que você é atencioso e preocupa-se com ele! Certinho? ;-)
PERGUNTAS FREQUENTES:
"Quais são os principais sintomas do distúrbio oftalmológico denominado Síndrome de Irlen?"
R.: "A SI, como é comumente chamada, gera dificuldades nas atividades diárias e escolares, pois produz desfocamento, distorções do material gráfico, inversões de letras, trocas de palavras, perda de linhas no texto, desconforto nos olhos, cansaço, distração, sonolência, dores de cabeça, enxaqueca, hiperatividade, irritabilidade, enjôo e fotofobia, tudo isso após um intervalo relativamente curto de esforço despendido no processamento das informações visuais." (Para ler mais detalhes, leia na íntegra, direto da "fonte", rsrsrs!)
"O aluno me disse que tem Síndrome de Irlen. Como faço para ajudá-lo em sala de aula?"
R.: Veja o post "Adaptações na Escola, para portadores da Síndrome de Irlen", que já publiquei neste blog!
"Uso muito o data-show e retroprojetor para dar aulas. No entanto, quem tem S.I. tem fotofobia excessiva. Como conciliar minha necessidade de usar o equipamento com as necessidades visuais dele?"
R.: A resposta está aqui, neste post em que abordo justamente isto (e que também já publiquei neste blog!) :-)
"Leciono num curso de Ciência da Computação. Como lidar com meu aluno que sofre de S.I. ,em aulas práticas?"
R.: Em primeiro lugar, verifique se ele usa os óculos com filtros espectrais, específicos para corrigir esse problema. Em caso negativo (ou mesmo se caso ele tenha os óculos mas eles não corrijam 100%), sugiro o seguinte:
- encoraje-o a abaixar o brilho e contraste do monitor do PC, na forma que melhor lhe convier;
-caso seu aluno tenha as "overlays" (lâminas de acetato apropriadas para facilitar a leitura de quem tem S.I.) e se adapte ao uso delas, encoraje-o a usar caso seja possível;
-ensine-o a aumentar a taxa de frequência de atualização do monitor do PC (Isso mesmo, AUMENTAR! Para pessoas com esse tipo de hipersensibilidade, a taxa de 60 Hz - que é a recomendada para as pessoas "comuns" (risos) - é ruim. O aluno deve ir experimentando frequências maiores até achar uma que lhe dê melhor conforto visual. (Foi uma oftalmologista, especialista em S.I., quem me falou!!!)
-encoraje-o a usar software leitor de telas, caso a leitura seja lenta e segmentada. Quem disse que esse tipo de software foi feito só para atender às pessoas cegas e de baixa visão? (Risos.) Ele ajuda, E MUITO, quem tem a leitura lenta e que, portanto, sente-se altamente fatigada com esse tipo de tarefa. (Pessoas com dislexia podem também fazer bom uso desse tipo de software.) Facilita, inclusive, na hora de fazer exercícios práticos de programação - pois, através da resposta sonora, a pessoa com S.I. pode aprender mais facilmente como se escrevem os comandos da linguagem a ser usada. (Para exercícios de programação, recomenda-se configurar o leitor de telas para o INGLÊS, já que as LPs encontram-se neste idioma...)
Exemplos de softwares leitores de tela livres e gratuitos: NVDA (para Windows), Orca (para Linux).
-mais dicas sobre tecnologias assistivas computacionais para quem tem S.I. encontram-se neste blog também - e podem ser encontradas clicando aqui. ;-)
"Sou professor de Computação e ministro disciplinas envolvendo programação. Como faço para ensinar uma disciplina dessas, adequadamente, para quem tem S.I.? "
R.: Além das dicas dadas no tópico anterior, tem um post que fiz neste blog, com dicas para ensinar e aprender ALGORITMOS E ESTRUTURAS DE DADOS. para quem tem S.I. Use as dicas que escrevi por lá, à vontade! :-)
"E as disciplinas de Matemática Superior dos cursos de Exatas (tais como Cálculo, Programação Matemática, dentre outras)? Como trabalhá-las com um aluno com S.I.?"
R.: Inspire-se no meu "Manual de Sobrevivência ao Cálculo", que já publiquei neste blog! Outras informações sobre dificuldades em Matemática, que implicam na leitura incorreta de símbolos, dificuldades de aprender e empregar corretamente a linguagem matemática, estão aqui.
Mais sugestões:
Para ler todas as postagens sobre Síndrome de Irlen que publiquei neste blog, clique aqui!
Para ler todas as postagens sobre UNIVERSIDADE E ACESSIBILIDADE que já publiquei neste blog, clique aqui!
Para conhecer mais de perto a Síndrome de Irlen, veja a fanpage "Driblando e Vencendo a Síndrome de Irlen" no facebook (também de minha autoria). NÃO É NECESSÁRIO "LOGAR" NO FB para LER o conteúdo... (mas, para curtir e comentar os posts de lá, aí sim...)
Certinho? Agora, é aplicar as dicas e sugestões elaboradas e... boa sorte em suas atividades! :-)
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Achei muito importante e esclarecedor este texto.Conheci a pouco uma aluna com síndrome de Irlen e estou meia perdida no trato com ela como encontrar atividades ou adequá-las para alfabetizar? Continuo cheia de dúvidas de como e onde começar.Sou professora há 19 anos e o fato é novo pra mim. Estou curiosa e estimulada em descobrir,na verdade acho que já trabalhei com alunos de vários níveis de aprendizagem e vejo perdida sem saber por onde começar.
ResponderExcluirAchei muito importante e esclarecedor este texto.Conheci a pouco uma aluna com síndrome de Irlen e estou meia perdida no trato com ela como encontrar atividades ou adequá-las para alfabetizar? Continuo cheia de dúvidas de como e onde começar.Sou professora há 19 anos e o fato é novo pra mim. Estou curiosa e estimulada em descobrir,na verdade acho que já trabalhei com alunos de vários níveis de aprendizagem e vejo perdida sem saber por onde começar.
ResponderExcluirOlá, Sara! Que bom que gostou do texto! :-)
ExcluirSe você navegar pelo blog, verá que há outras postagens sobre Síndrome de Irlen (é só localizar o marcador ''Síndrome de Irlen''), que, com certeza, poderão te ajudar bastante! ;-)
Tenho também uma fanpage no Facebook sobre este tema, intitulada ''Driblando e Vencendo a Síndrome de Irlen". O link é este:
https://www.facebook.com/DriblandoEVencendoASindromeDeIrlen/
Lá você pode encontrar muitas dicas, sugestões, ideias... além, claro, de poder trocar experiências com outros educadores, pais de pacientes e até mesmo pacientes já adultos!!! :-)
Grande abraço... e volte sempre!
Olá, Sara! Que bom que gostou do texto! :-)
ExcluirSe você navegar pelo blog, verá que há outras postagens sobre Síndrome de Irlen (é só localizar o marcador ''Síndrome de Irlen''), que, com certeza, poderão te ajudar bastante! ;-)
Tenho também uma fanpage no Facebook sobre este tema, intitulada ''Driblando e Vencendo a Síndrome de Irlen". O link é este:
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Lá você pode encontrar muitas dicas, sugestões, ideias... além, claro, de poder trocar experiências com outros educadores, pais de pacientes e até mesmo pacientes já adultos!!! :-)
Grande abraço... e volte sempre!