quinta-feira, 6 de março de 2014

Pequenas atitudes, grandes efeitos!

Por: Débora Rossini

OOOOOOOOOPAAAAA!!!! Depois de "séculos" (kkkkkkkkk) sem escrever alguma coisa neste espaço virtual - por estar atarefada com estudos e com outros projetos diversos - inclusive virtuais - relacionados à Inclusão e Acessibilidade, finalmente aproveitei um tempinho livre para escrever coisas que, há um tempão, já estavam na minha cabeça... mas que não tinha tempo para passar para a telinha do computador!

Pois bem: o post de hoje é para falar como pequenas coisas, pequenas atitudes feitas no cotidiano, podem ajudar pessoas com necessidades especiais - sem que, obrigatoriamente, você tenha de dedicar horas do seu dia ou semana para, digamos, "fazer o bem".

"-Oras, mas COMO assim??" - você deve estar pensando.

Vamos "começar do começo":

Muitas vezes, quando se fala em "ajudar pessoas com deficiência", logo vem, na mente dos interlocutores, a (louvável) ideia de separar algumas horinhas na sua agenda para, regularmente, fazer um trabalho voluntário - seja com pessoas com deficiência visual, auditiva, dentre outras. E, aí, o povo vive dizendo:

-"Ah, acho muito lindo isso, mas não tenho tempo... trabalho o dia todo..."

Ou então:

"-Faço faculdade, trabalho e tenho família para criar..."

Ou então, assim:

-" Admiro muito quem faz esse tipo de atividade, mas não tenho o dom para lidar com essas pessoas..."

Beleza, compreendo perfeitamente tais argumentos. Mas será que você, que está lendo esta postagem, parou para pensar que, mesmo com seu corre-corre diário, pode fazer pequenas coisas que, para você, são pequenas, mas que para uma pessoa com necessidades especiais, pode fazer AQUEEEELE efeito positivo??? E que, sem dúvida, são complementares às belas atividades que voluntários, ou profissionais que "lidam diretamente com gente", desenvolvem para atender ao público com deficiência? Vou citar alguns exemplos! É o que denomino, aqui neste texto, de "ajuda indireta". :-)

AJUDANDO INDIRETAMENTE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

-- Se sua rua não dispõe de lixeiras de uso coletivo, dessas enormes, para a população colocar o lixo de casa até que o caminhão de lixo passe para recolher, "PELAMORDEDEUS" fique atento com a forma que vc põe o saco de lixo no meio da rua. Tem gente que não está "nem ai", e põe o saco no meio do caminho, atrapalhando a caminhada de quem tem deficiência visual e dá "aquele chutão" sem perceber, no trambolho ali colocado. Isso se não acontecer algo mais grave, de a pessoa levar um tombo. Nem sempre a bengala-longa detectará em posição hábil o obstáculo, e aí... PLOFT!!!!

Assim sendo, se cada um fizer a sua parte na hora de colocar o lixo - de forma que fique mais nos cantos, sem atrapalhar o caminho, já ajuda enormemente.

-- Tomem cuidado com o TIPO de lixo que vcs colocam, mesmo se for "nos cantos" como sugerido acima. Já aconteceu de eu andar na rua e ver GARRAFAS (principalmente de vidro!!!) largadas no meio da calçada. (É que pode acontecer de alguém bem-intencionado colocá-la no cantinho, mas aí ela ser derrubada - por algum animal de rua, vento, ou profissional da reciclagem que viu o item e não gostou, deixando-a mal posicionada... aí ela acaba indo para onde não deve. ) Já imaginaram o desastre, de um cego ou pessoa com baixa visão, sem perceber, pisar nela, e sair rolando, e cair...? Dá um acidente, né?  A pessoa já está com desvantagem de visão, e correr o risco de ficar prejudicada do físico também... não dá, uê...!  SUGESTÃO: Este tipo de lixo deve ser cuidadosamente ensacado, encaixotado ou colocado numa lixeira apropriada que tenha na rua, sem risco de cair.

--Parem de jogar restos de embalagens de alimentos na rua! Além de demonstrar falta de educação, é ruim para quem não enxerga ou enxerga pouco! A pessoa pisa, por exemplo, num copo de iogurte jogado na rua, e lá vai andando... sem perceber que, com a pisada, restos do iogurte podem espirrar e atingir o sapato ou calça do indivíduo... e se ele está indo trabalhar, e chega sujo sem saber... ? Isso sem dúvida é bastante constrangedor...!

--Se você tá passeando com seu cão de estimação na rua, e se ele faz cocô na rua ou outro local público, PELAMORDEDEUS recolha a "obra" do bicho!!! Não tem nada mais desagradável do que uma pessoa com deficiência visual pisar no "negócio" (éca!!) sem saber... e o pior, sujando seus calçados, ponta da bengala... e sem saber, sair pondo a mão nela na hora de guardar, e aí... já viu... Bom, entendeu o quanto é desagradável, nojento e constrangedor pra pessoa que não enxerga e acaba numa situação destas, né?

Claro que infelizmente esse tipo de acontecimento não tem como ser evitado 100% pelo cego - já que tem um monte de cães e gatos de rua que fazem o "número dois" onde bem entendem. Mas, se os cães que passeiam com os donos, têm suas fezes recolhidas num saquinho, de forma adequada pelos donos, já diminui bastante a incidência desse tipo de coisa - evitando aborrecimentos desnecessários para quem já "mata um leão por dia", como os cegos em seu cotidiano, rerrerré!

AUXILIANDO INDIRETAMENTE PESSOAS CEGAS USUÁRIAS DE BRAILLE 

-- Se você tem em casa apostilas e outros impressos velhos, impressos de um lado e do outro, e quer jogar fora, já pensou no quanto esses papeis podem ser reutilizados - como rascunho - para a galera que usa Braille? Explico: aquele papel impresso em tinta em ambos os lados, está "em branco" para um cego que usa a escrita em relevo! (Se você enxerga, pegue um papel desses, feche os olhos, passe a mão por ele e entenda o porquê, rerrerré! Se é cego, compare uma apostila qualquer em tinta com uma folha ofício em branco que lhe deram... e sinta a "diferença" praticamente nula para a escrita em relevo, rerrerré!!!) 

Portanto, se você NÃO é cego e sente que tais papeis impressos frente e verso já cumpriram sua finalidade em sua vida... em vez de simplesmente jogá-los fora, que tal doá-los para algum cego (que escreva em Braille) que você conheça? Ou, então, doar a papelada para alguma instituição que atenda cegos? Vai aumentar a vida útil das folhas... e a natureza agradecerá esta reutilização!!! :-) Que tal???


AUXILIANDO PESSOAS COM SÍNDROME DE IRLEN

Para quem não sabe, esse é um tipo de problema oftalmológico pouco conhecido, mas que causa sérios impactos na qualidade de vida de uma pessoa. (Leia mais sobre o assunto nesta página, também de minha autoria. ) Um dos recursos que ajudam várias pessoas com esse distúrbio - na escola e trabalho - é o uso de papeis RECICLADOS em vez dos branquinhos convencionais. Isto porque o fundo branco do texto ofusca-lhes a visão, dificultando-lhes a leitura e escrita. E os reciclados tem um fundo bege ou pardo, que dá uma "aliviada" visual para muitos pacientes, na hora de ler e escrever.

"-Tá, mas como ajudar esse pessoal? Não conheço ninguém assim... e só fiquei sabendo que existe Síndrome de Irlen ao ler este texto!" - você , e muita gente, provavelmente está pensando.

É mais fácil do que você imagina... e nem precisa necessariamente de conhecer alguém assim!

-"MAS COMO???" - já tô imaginando a cara do leitor impaciente na frente do computador, rerrerré!

Simples, "meu filho"! Acompanhe meu raciocínio:

Se essas pessoas usam papel reciclado, e encontram para comprar, certamente é porque diversas pessoas, lááá no início da história, em vez de jogar fora o papel no lixo comum, encaminhou para um posto de coleta de reciclagem - ou para uma lixeira no próprio local de trabalho/estudo destinada para coleta seletiva. Aí o coletor de lixo reciclável foi lá, pegou, recebeu seu dinheirinho ao vender para um local que recicla papel, o papel foi reciclado e... posto à venda, sendo reutilizado!!! :-) Olha quantos seres vivos (rerrerré!!!) vão agradecer quem põe o papel para reciclagem: humanos (que sobrevivem da coleta de materiais reciclados), humanos (que tem Síndrome de Irlen e necessitam de papel reciclado), vegetais (árvores que foram poupadas de cortes para papeis novinhos e branquinhos)... Aliás, a natureza agradece, e TODOS os seres vivos saem ganhando, pois diminui o impacto ambiental, uê! :-)

Claro que aí entra a filosofia do "trabalho de formiguinha" - você faz a sua parte, convida outros para fazerem o mesmo no dia-a-dia, e... aos poucos, os esforços de cada um vão sendo somados, e... aí, vale o ditado de que "a união faz a força"!!!

E MAIS: 

Independente da deficiência que uma pessoa apresente, procure tratá-la com respeito, procure informar quais são as melhores formas de acessibilidade atitudinal, não a discrimine em seus círculos de convivência, ofereça ajuda se ela necessitar ou quiser... sem sombra de dúvida, muitos gestos simples como ao menos dar um "oi" podem fazer o indivíduo com deficiência "sentir que ganhou o dia"! Já é uma forma de você ajudar, mesmo sem saber, rerrerré!!!

Bom, eu enfatizei neste texto as deficiências visuais,pois são as que mais conheço de perto no dia-a-dia, através da convivência. E você, leitor, tem alguma sugestão aplicada a pessoas com outros tipos de necessidades especiais? USE O ESPAÇO ABAIXO, DESTINADO A COMENTÁRIOS, PARA SE MANIFESTAR, rerrerré!!! "Bóra" escrever?

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